Síndrome do coração partido e as emoções
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As moléculas de estresse deixam pessoas mais propensas à doença
Notória conhecida como síndrome do coração partido, a cardiomiopatia de Takotsubo é uma doença que se caracteriza pelo enfraquecimento da câmara principal que bombeia o coração. Ela pode ocorrer após situação de forte estresse, como a perda de um ente querido, ou por um estresse físico. “Alguns pacientes chegam a pensar que estão tendo um infarto, mas quando o médico analisa as artérias, ele descobre que elas estão com um formato estranho: a parte superior se contrai muito, enquanto a parte inferior parece estar paralisada – na síndrome do coração partido, revela. o cardiologista Gilmar Reis.
Segundo a British Heart Foundation, aproximadamente 30% dos pacientes não conseguem descobrir o que a provocou. “A enfermidade costuma ser curada em algumas semanas. Porém, pode se tornar recorrente e fatal em cerca de 5% dos casos”, acrescenta.
A súbita descarga de adrenalina causada pelo estresse agudo gerado por um violento golpe emocional é o que causa a perda de movimento na parte inferior do coração que leva à síndrome de Takotsubo. Um estudo do Imperial College of London mostrou que duas moléculas (micro-RNA 16 e micro-RNA 26a) associadas ao estresse, ansiedade e depressão aumentam a probabilidade de sofrer da síndrome, pois seu corpo é mais sensível a ela. Adrenalina, revela Gilmar.
Cuidados
Não há tratamento específico para a síndrome do coração partido. As pessoas ficam alguns dias no hospital, enquanto esperam que o coração se recupere espontaneamente.
Logo, é importante ficar atento aos sinais, principalmente se a pessoa já passou por essa condição. “Compreender o mecanismo dessa condição, no entanto, abre caminho para o desenvolvimento de tratamentos que evitem sua recorrência em pessoas que já sofreram dela, medindo os níveis dessas das moléculas de estresse no sangue, pode ser uma medida a ser adotada. É bastante importante aprender a reconhecer essa doença e não se confundir, achando que é um ataque cardíaco, pois isso costuma piorar o quadro”, finaliza.
Fonte: Gilmar Reis, Cardiologista e especialista em Clínica Médica e Medicina Intensiva, é pesquisador e coordenador do Centro de pesquisa Clínica CARDIOLAB (@dr_gilmarreis).