Rio e Niterói vão fechar o comércio e serviços não essenciais a partir desta sexta-feira, 26
Rio e Niterói vão fechar o comércio e serviços não essenciais a partir desta sexta-feira, 26. O objetivo é reduzir a circulação de pessoas para travar a onda de contágios da Covid-19.
Os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), e Axel Grael, de Niterói (PDT), realizaram um anúncio conjunto de novas medidas restritivas para conter o crescente número de casos de covid-19. Os prefeitos dos dois municípios anunciaram que vão antecipar os feriados do mês de abril. De acordo com a decisão em conjunto das duas prefeituras, comércios, bares, restaurantes, escolas e creches serão fechadas durante o período entre 26 de março e 4 de abril. Além dos feriados de Tiradentes (21 de abril) e da Semana Santa, também será antecipado o feriado estadual do Dia de São Jorge (23 de abril).
Neste último domingo (20) o governador do Rio, Claudio Castro, havia anunciado a antecipação dos feriados de abril para o fim do mês de março. Mas sem o fechamento total de bares, comércios e restaurantes que funcionariam em horários mais restritos, apenas. Em desacordo, os prefeitos das cidades de Rio e Niterói decidiram tomar medidas ainda mais restritas para conter o avanço da Covid-19 nos dois municípios. O prefeito do Rio, Eduardo Paes chegou a usar o termo “CastroFolia” sobre o “super feriado” prolongado em todo o estado, de acordo com as palavras do próprio governador.
Os secretários de saúde de ambos os municípios afirmam que o principal motivador para a tomada de medidas mais drásticas em relação à pandemia foi o elevado número de casos, óbitos, atendimentos hospitalares e utilização de leitos da rede pública.
“Houve a iniciativa do governador de apresentar um decreto e nós vamos apresentar um conjunto de medidas que estarão nos dois decretos. Os decretos não são idênticos, mas trazem uma sinergia, uma combinação de ações que vão manter o equilíbrio e uma estratégia de combate à Covid. Estamos vivendo talvez o momento mais crítico desta pandemia. As coisas estão acontecendo muito rápido. Hoje nós já estamos em uma situação muito diferente da última quinta feira”, disse Grael.
O secretário de saúde do Rio, Daniel Soranz, reiterou que o ideal é que as restrições fossem coordenadas pelo governo estadual, mas,devido ao desentendimento nesse sentido, os municípios decretaram estas medidas. “Durante a pandemia, nunca se teve tantas pessoas internadas em leitos de UTI”, salientou.
“Todos nós buscamos ao longo dos tempos, especialmente nas últimas semanas, chamando a atenção para a necessidade de coesão metropolitana nessas decisões” reafirmou Eduardo Paes.
“É muito difícil atender a apelos que prefeitos fazem ou atender a decretos que prefeitos baixem se não tiver todas as autoridades falando a mesma língua”, afirmou. “A gente fez de tudo para que nós não precisássemos tomar essas medidas, mas elas são necessárias”, finalizou o prefeito do Rio.
Índice
Confira as novas medidas restritivas que serão válidas a partir da próxima sexta-feira (26)
Bares e restaurantes terão seu funcionamento sem a presença de público nas áreas interna ou externa dos estabelecimentos. Ou seja, apenas serviços no modo Delivery e/ou Drive Thru estão autorizados. Além disso, as novas regras mais rigorosas determinam o fechamento de casas de shows e eventos, academias de ginástica, escolas, universidades, creches, salões de beleza, shoppings e outras lojas comerciais, considerados serviços não essenciais.
Outras atividades proibidas ou restritas:
- Museus;
- Galerias;
- Bibliotecas;
- Clubes;
- Parques de diversão
- Cirurgias e procedimentos eletivos em unidades da rede pública
- Eventos esportivos (incluindo jogos de futebol)
- Permanência nas praias seguem proibidas (atividades físicas individuais permitidas)
- Estabelecimentos de ensino de esportes, música, arte, cultura, cursos de idiomas, cursos livres, preparatórios e profissionalizantes não poderão funcionar de modo presencial .
- Centros de treinamento e formação de condutores
Colapso na Saúde
A taxa de ocupações nas UTIs crescem vertiginosamente no estado do Rio de Janeiro devido ao alto número de pacientes com Covid-19.
Segundo o Observatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no dia 16 de março, a taxa estava em 79%. De acordo com as últimas atualizações, o percentual já chegou a 85,5%no painel estadual de monitoramento da pandemia. Por outro lado, na capital fluminense a situação é ainda mais agravante, com 93% dos leitos ocupados.
Segundo a Fiocruz, um percentual acima dos 80% já pode ser considerado zona de alerta crítico. Portanto, a fundação havia recomendado já nas últimas semanas que se tomassem medidas que pudessem reduzir a circulação de pessoas e promover o distanciamento social em todo o território brasileiro para conter o que considera o maior colapso hospitalar e sanitário da história do País, visto que 24 estados e o Distrito Federal já superaram os 80% de ocupação de leitos.
Vacinas
Até as 9h desta terça-feira (22), 848.726 pessoas receberam ao menos a primeira dose de uma das duas vacinas contra covid-19, segundo o Vacinômetro do governo estadual. A segunda dose já foi aplicada em 322.858 mil pessoas.
Por fim, o número de pessoas vacinadas com a primeira dose corresponde a 6,29% da população fluminense, sendo 2,18% o percentual de pessoas que receberam também a segunda dose.