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Prefeitura estabelece níveis de calor e implementa protocolos de alerta e ações para dias com altas temperaturas – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

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Classificação tem cinco diferentes escalas e vai orientar a população carioca – Marcelo Piu/Prefeitura do Rio

A Prefeitura do Rio apresentou, nesta sexta-feira (27/6), a classificação de níveis de calor que vai nortear e implementar protocolos de alerta e estabelecer ações públicas nos períodos em que a cidade estiver sujeita a altas temperaturas. Assim como acontece com os estágios operacionais, o Centro de Operações Rio (COR) vai divulgar para a população o índice “Nível de Calor – NC”. A classificação terá cinco níveis de risco – de NC1 a NC5 -, baseados no índice de calor, que varia em função da temperatura e da umidade relativa do ar registradas na cidade.

O NC também considera modelos numéricos de previsão de temperatura estimados para três dias e atualizados a cada quatro horas. As normas serão publicadas por decreto e portaria no Diário Oficial da próxima segunda-feira (01/07).

O prefeito Eduardo Paes apresentou a nova classificação ao lado do chefe executivo do Centro de Operações Rio, Marcus Belchior, do secretário de Saúde, Daniel Soranz; da secretária de Meio Ambiente e Clima, Eliana Cacique Rodrigues, e da vereadora Tainá de Paula, que participou de praticamente toda a elaboração destes protocolos quando esteve à frente da SMAC.

– O que queremos mostrar aqui é que a cidade do Rio de Janeiro passa a tomar decisões a partir de dados, de ciência, de informações concretas – afirmou o prefeito Eduardo Paes.

Em seguida, ele explicou os novos índices:

– Estamos definindo aqui protocolos de calor, em cinco níveis, que passam a se chamar de NC1 a NC5. Nos três primeiros níveis o que faremos é troca de informações com a população. A partir do NC4 e, no caso do NC5, com temperaturas maiores de 44 graus por três dias consecutivos, poderemos tomar algumas medidas, desde interrupção de atividades e possibilidade de cancelar eventos.

De acordo com o nível de risco, o COR emitirá os alertas para a população pelos principais canais de comunicação do órgão e da Secretaria de Saúde: site, redes sociais, aplicativo e demais canais de relacionamento com a imprensa. A classificação das temperaturas será: altas (36ºC a 40ºC), muito altas (40ºC a 44ºC) e extremas (acima de 44ºC).

– A agenda climática não é novidade da prefeitura. A gente tem plano de voo há algum tempo, e temos um planejamento de desenvolvimento sustentável. E um dos riscos a serem gerenciados são as ilhas e as ondas de calor – afirma o chefe executivo do Centro de Operações Rio, Marcus Belchior.

Entenda os níveis de risco:

NC1 – Neste primeiro nível, não há previsão de altos índices de calor. A cidade continua com sua rotina normal.

NC2 – Quando há previsão ou registro de altos índices de calor (36ºC a 40ºC) por um ou dois dias consecutivos. Neste nível, o COR irá coordenar e disseminar informações sobre os sintomas de exposição ao calor e orientar a população com o apoio técnico da Secretaria de Saúde.

NC3 – Acontece quando há registro de índices de calor alto altas (36ºC a 40ºC) com previsão de permanência ou aumento por, ao menos, três dias consecutivos. O fará o reforço da comunicação, de forma mais intensa. As informações deverão ser disponibilizadas em todos os canais de comunicação do COR, tais como, site, aplicativo, redes sociais, mobiliário urbano, além da comunicação direta aos veículos de comunicação e imprensa.

NC4 – Quando houver registro de índices de calor muito alto (40ºC a 44ºC) com previsão de permanência ou aumento por, ao menos, três dias consecutivos. Neste nível, o COR vai orientar a população para realizar adaptações das rotinas expostas ao calor extremo com o objetivo de preservar a população dos impactos das ondas de calor.

Ações a serem adotadas NC4: Indicação de equipamentos públicos já existentes com ar-condicionado ou refrigeração para servirem como pontos de resfriamento; orientação de refrigeração ou sombreamento adequado. Também poderá ser ampliada a oferta de estações de hidratação ou distribuição de água em locais de acolhimento das populações mais vulneráveis.

Eventos de grande porte NC4 – No nível quatro, há ainda a possibilidade de cancelamento ou reagendamento de eventos de médio e grande porte, megaeventos em áreas externas, caso estes não se ajustem. Neste nível também poderá haver a suspensão de atividades realizadas em áreas externas para transferência para espaços sombreados ou internos.  Todas as ações serão orientadas pelo Comitê de Desenvolvimento de Protocolos para Enfrentamento de Calor Extremo e aprovadas pelo prefeito da cidade.

NC5 – O nível de alerta maior é o cinco (NC5), quando houver índices de calor extremos (acima de 44ºC) com previsão de permanência ou aumento por, ao menos, três dias consecutivos. Neste nível, as atividades de risco para calor extremo que não puderem ser interrompidas para proteger a população. Haverá a divulgação de boletins meteorológicos a cada seis horas, além de um boletim epidemiológico em até 72h após o fim da onda de calor.

Ações a serem adotadas NC5 – Estão previstas ainda uma série de medidas que podem ser adotadas sempre que a cidade atingir os níveis de calor mais altos. Entre elas, estão a abertura de unidades municipais para serem utilizadas como pontos de resfriamento, a possibilidade de reagendamento de eventos de médio e grande porte, suspensão de atividades ao ar livre em escolas, entre outras.

Além da possibilidade do cancelamento de eventos, o calor extremo poderá levar à suspensão de trabalhos ou atividades esportivas ao ar livre. Todas as ações serão orientadas pelo Comitê de Desenvolvimento de Protocolos para Enfrentamento de Calor Extremo.

– Nesses casos, a gente sugere que os trabalhadores, por exemplo, transfiram suas atividades para áreas de sombra – explica Belchior.

Para o secretário Daniel Soranz, esta talvez seja uma das questões mais críticas.

– Existe o risco de adoecer gravemente, até de uma morte súbita se fizer exercício físico em dia de calor.

Identificação com nomes próprios

As ondas de calor extremo vão ganhar nomes. A metodologia tem o objetivo de garantir uma comunicação eficaz com a população e evitar erros no momento da divulgação das informações. Foram buscados os 200 nomes mais comuns no Brasil, além dos 50 em inglês e espanhol. Foram selecionados os nomes mais curtos, fáceis de pronunciar e recordar. Serão selecionados 10 nomes por ano. Os nomes não utilizados poderão ser utilizados novamente, enquanto os nomes já usados não retornaram para a lista.

Temperatura e umidade do ar monitorados pelo Centro de Inteligência Epidemiológica

Os índices de temperatura e umidade relativa do ar são medidos pelas oito estações meteorológicas da rede Alerta Rio espalhadas pelo território e monitorados em tempo real pelo Centro de Inteligência Epidemiológica da Secretaria de Saúde (CIE-SMS). As análises vão servir de base para a tomada de decisões. O banco de dados do CIE-SMS reúne ainda informações emitidas por satélites e a série histórica dos indicadores considerados, o que permite observar, prever e comunicar eventos meteorológicos de grande impacto.

Os parâmetros e conceitos usados na elaboração dos Níveis de Calor foram definidos pelo COR em parceria com o CIE-SMS, a partir de uma extensa pesquisa bibliográfica sobre evidências científicas, os efeitos das altas temperaturas na saúde humana e os protocolos de mitigação do estresse térmico vigentes em todo o mundo e as evidências na cidade do Rio de Janeiro. O CIE-SMS também levou em conta números de atendimentos, hospitalizações e mortalidade na rede municipal de saúde.

Prefeitura cria Comitê de Desenvolvimento de Protocolos para Enfrentamento de Calor Extremo

O decreto, no qual estão publicadas as normas, cria ainda o Comitê de Desenvolvimento de Protocolos para Enfrentamento de Calor Extremo que será responsável por monitorar e analisar os protocolos já criados, além de propor novas iniciativas a serem adotadas, com objetivo de preservar a população dos impactos das ondas de calor. O Comitê será presidido pelo COR, com coordenação técnica da SMS e participação da SMAC. Outras instituições e secretarias também poderão ser convidadas a participar das reuniões, sempre de acordo com as necessidades e objetivos do Comitê. Os encontros com especialistas e servidores de várias áreas municipais poderão definir novas medidas concretas e eventuais restrições que poderão ser adotadas, caso os níveis mais altos sejam alcançados.

Com o uso do Painel de Calor do Centro de Informações Epidemiológicas, a Secretaria de Saúde consegue antecipar a onda de calor e poderá prever o que vai acontecer a partir de modelos adotados em todo o mundo.

– O painel é público e pode ser acessado por todos. E poder prever a partir de modelos de inteligência artificial e epidemiológicos facilita nossa vida para tomar decisões e se planejar – explica Soranz.

A secretária de Meio Ambiente, Eliana Cacique Rodrigues, destacou que, desde 2023, a prefeitura apresenta uma série de políticas para mitigar as ilhas de calor identificadas na cidade. Ela citou a criação de cinco grandes parques e a política dos corredores verdes, com a arborização para conter o calor e poluição nos bairros de Irajá, Bangu, Alemão, Maré e Guaratiba, num total de 49km de arborização na cidade.

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  • 28 de junho de 2024
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    Prefeitura do Rio

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    Redação Rio Notícias

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