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PMEs adotam estratégias de educação corporativa na pandemia

O projeto Transforma.Co® coloca o futuro do trabalho em primeiro plano ao sugerir um novo modelo de educação corporativa às empresas no Brasil, focado majoritariamente no desenvolvimento de habilidades emocionais, comportamentais e estratégicas.

Desenvolvido pela Muta Ecossistema — empresa fundada por Clarissa Da Rosa e Rachel Frota para unir serviços de marketing e consultoria —, o método capacita profissionais e, por consequência, transforma o ambiente de companhias como um todo.
As formas tradicionais de capacitação não são mais garantia de sucesso e a crise do coronavírus expôs a falta de preparo comportamental dos profissionais. Por isso, PMEs dos setores de mídia, tecnologia, saúde e agronegócio têm procurado a Muta para
remodelar ou criar novas estratégias de ensino e aprendizagem nas corporações. De acordo com as líderes do ecossistema, houve um crescimento de 40% na busca pelo Transforma.Co® desde o lançamento.

Atualmente, 11 projetos que contam com o método estão em desenvolvimento. “O mais promissor até então foi o trabalho desenvolvido com a Reamp, agência de marketing em São Paulo”, conta Rachel. “Desse trabalho surgiu o primeiro bootcamp de marketing programático do país, que começou como um curso de capacitação interna e agora também está levando insights para o mercado deste setor”, finaliza.

Como funciona?

Iniciado no fim do ano passado, o Transforma.Co® tem ajudado a manter o bom relacionamento entre líderes e colaboradores de empresas até o momento, mesmo durante uma pandemia. De acordo com as empresárias, quatro etapas sustentam e conduzem as estratégias do projeto: a definição do propósito, o alinhamento com os objetivos de negócio, a criação de ferramentas de engajamento e feedback constante entre os times.
As duas primeiras etapas se desenvolvem numa jornada imersiva de autoconhecimento corporativo. Por meio de perguntas inteligentes feitas pelas líderes do projeto, funcionários da empresa refletem sobre propósitos e objetivos. Nesta fase do exercício, surgem questões sobre cultura, processos, relações entre áreas, metas individuais e coletivas.
Para criar as ferramentas de engajamento, as responsáveis pelo projeto encaram os desafios junto ao RH das empresas para conectar frentes de trabalho e melhorar a comunicação entre líderes e funcionários. A parceria também muda o que for necessário no comportamento da empresa, estimula a criação colaborativa e ensina líderes a como educar e inspirar os colaboradores.
Por fim, adotam-se posturas propícias a um feedback útil como a escuta ativa, a capacitação argumentativa e a sensibilidade para conseguir agir de maneira inteligente ante as particularidades humanas do ambiente de trabalho. A pandemia do novo coronavírus é um exemplo de crise que desencadeia insegurança nas pessoas e interfere nas relações de trabalho. Diante do distanciamento imposto pela quarentena, o reforço da comunicação constante entre os times faz-se ainda mais necessário.
“É preciso entender os impactos da flexibilidade no trabalho. Muitas vezes, se manter ocupado não significa ser produtivo”, conta Clarissa. “Toda empresa é afetada se os trabalhadores dedicam mais tempo a processos mecânicos do que à comunicação com
os colegas”, finaliza.

A Revolução Humana

Segundo dados das Nações Unidas, até a metade do século 21, 40% dos postos de trabalho tal como existem hoje deixarão de existir. Considerando que um cenário futurista traga mais pessoas buscando oportunidades, é possível afirmar que a demanda por profissionais realmente qualificados será maior. É verdade que a pandemia ligada ao novo coronavírus está forçando o mercado a criar
novas estratégias e melhorar o uso de ferramentas digitais. Mas como exigir dos profissionais que estejam preparados para lidar com atividades que sequer foram criadas? A resposta pode estar na implementação de cursos de capacitação fundamentados em educação corporativa constante nas empresas.
Resultados da pesquisa Empresas do Futuro, da consultoria Great Place to Work de 2019, mostram que a maioria das organizações se interessam por investir na formação dos profissionais, mas com ênfase somente no desenvolvimento de habilidades técnicas, sendo que o futuro do trabalho exige competências comportamentais e cognitivas. Apesar das habilidades técnicas não deixarem de ser importantes, as mudanças no mercado são incessantes, o que, para as estrategistas da Muta, gera uma configuração de mundo na qual não há como ser um especialista em questões que são sempre novas.
Por isso, é ideal preparar o profissional do futuro para lidar com a falta de respostas.

“A revolução não é só digital mas humana. Não adianta termos novas ferramentas tecnológicas sem mãos humanas inteligentes por trás. Também, como diz Paulo Kakinoff, não existe especialista em coisa inédita. Ninguém esperava uma pandemia, por exemplo, mas os trabalhadores do futuro precisarão ser capazes de seguir mesmo sem ter todas as respostas”, afirma Clarissa. “Por isso, a solução desenvolvida pela Muta explora o lado humano do trabalho”, conclui.

Rumo ao profissional do futuro

Um questionário do grupo Empresas do Futuro, ao investigar se as empresas estão no caminho certo para se adequarem aos novos modelos que estão surgindo, identificou que as habilidades do profissional do futuro serão baseadas em s oft skills , ou seja, habilidades comportamentais e cognitivas, uma vez que será cada vez mais necessária a capacidade de se adaptar e resolver problemas complexos, que não são solucionáveis somente pelo aporte tecnológico.
Atentas a este cenário, Clarissa e Rachel afirmam que o profissional do futuro será capacitado para se comunicar com qualquer pessoa sobre seu trabalho, resolver conflitos, lidar com crises, refletir sob pressão, unir frentes, saber escutar e conduzir a tecnologia sob suas necessidades. Ao adquirir inteligência emocional, o profissional se torna capaz de ter autonomia frente a conflitos e se empodera enquanto agente de transformação benéfica à empresa.
As afirmações vão ao encontro do que preconizam pesquisadores na área. Para John Hagel — diretor do Center for the Edge da Deloitte, localizado no Vale do Silício, e membro da Singularity University —, os modelos e métodos de negócios tradicionais já não funcionam em um mundo que se transforma rapidamente. O segredo está em mudar o foco da empresa e métodos escaláveis para o aprendizado escalável.
Para Clarissa e Rachel, é importante que as empresas entendam seu papel de responsabilidade no desenvolvimento das equipes, pois não existe base educacional que nos prepare para atividades que ainda serão criadas e é exatamente o que essa nova visão de aprendizagem deverá suprir.

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Redação Rio Notícias

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