Uma mulher… Um olhar… Abigail Paulo e Estevão no TEATRO FASHION MALL – RJ
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Uma mulher… Um olhar… Abigail Paulo e Estevão no TEATRO FASHION MALL – RJ
A história de “Paulo e Estêvão” é, sem dúvida, uma narrativa rica em emoções e dilemas humanos profundos, que se intensificam com a perspectiva de Abigail. Ao trazer sua visão para o centro da trama, a nova adaptação busca não apenas explorar os complexos relacionamentos entre os personagens, mas também iluminar a experiência feminina em um mundo repleto de injustiças e desafios morais.
Abigail, como figura central, personifica a dor e a esperança em meio à tragédia. A sua jornada inicia-se com a perda e a luta pela sobrevivência em um contexto de opressão. Seu olhar é marcado pela dualidade do amor e da dor: ela ama Saulo, ao mesmo tempo que é profundamente ligada ao irmão Jeziel/Estêvão. Este conflito a força a confrontar não apenas o luto, mas também as questões morais que emergem do fanatismo religioso que permeia a sociedade.
A reação de Abigail ao descobrir o papel de Saulo na morte de Estêvão é repleta de complexidade emocional. É uma mistura de traição e desespero, que reflete a confusão e a dor de ter que lidar com a perda de um ente querido e a mágoa causada por alguém que ela ama. Essa luta interna pode levar Abigail a questionar não apenas a natureza do amor, mas também a moralidade das ações de Saulo e o custo de suas crenças.
Saulo, por sua vez, é retratado como uma figura dinâmica, cuja transformação ao longo da narrativa é impulsionada por essa série de eventos. Ao reconhecer que Estêvão é, de fato, Jeziel, o irmão de Abigail, ele é forçado a confrontar as consequências de seu fanatismo e o impacto de suas escolhas. É um momento que pode desencadear em Saulo uma profunda reflexão sobre suas crenças e sobre o que realmente significa amar ao próximo.
Estêvão, após a sua morte, traz à tona a ideia de perdão espiritual. A obra provoca uma reflexão sobre a capacidade de perdoar, mesmo nas circunstâncias mais dolorosas. O que significa para ele, na vida após a morte, ultrapassar a dor e o sofrimento, e como isso se relaciona com a mensagem maior do cristianismo sobre amor e compaixão?
Essa nova encenação, sob a direção de Lucienne Cunha e Valdir Ramos, promete não apenas recontar uma história conhecida, mas investigar temas universais que continuam relevantes nos dias de hoje, permitindo que o público reflita sobre a natureza humana, as relações interpessoais e as implicações de ideais e crenças. O olhar de Abigail, envolto em sua própria força e fragilidade, pode servir como um poderoso grito pela inclusão de vozes femininas nas narrativas históricas e espirituais, enriquecendo a discussão sobre amor, fé e perdão em um mundo frequentemente dividido.
Sábado às 18h00, Domingo às 16h00 – 14 a 15 de Setembro
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