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O espetáculo “Clarice e Nelson – Um recorte biográfico a partir de entrevistas”, que homenageia Clarice Lispector e Nelson Rodrigues, estreia, dia 11 de novembro, no Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro III

Com texto de Rafael Primot e Franz Keppler e direção de Helena Varvakice Manoel Prazeres, a montagem acompanha um encontro fictício entre os dois escritores, vividos pelos atores Carol Cezar e Marcos França

A conversa é costurada por trechos de entrevistas reais, que falam sobre suas trajetórias, amores e os caminhos da criação artística

Clarice Lispector e Nelson Rodrigues têm um encontro fictício no Jardim Botânico em meados de 1949, quando ainda eram dois jovens nomes da literatura brasileira. Esse encontro nunca existiu, mas, ao ler trechos de entrevistas concedidas pelos escritores ao longo da vida, imagina-se que eles teriam muito a conversar. Esse é o ponto de partida do espetáculo “Clarice e Nelson – Um recorte biográfico a partir de entrevistas”, que estreia, dia 11 de novembro, no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil. Com texto de Rafael Primot e Franz Keppler e direção de Helena Varvaki e Manoel Prazeres, a montagem conta também a história de um ator e uma atriz (vividos por Carol Cezar e Marcos França) que um dia decidiram levar essa ideia para os palcos. Quais as razões que os levaram a isso? Por que contar essa história? E, a pergunta mais importante: Como contá-la? A peça é patrocinada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, MXM Sistemas e Serviços de Informática, Carelink Consultoria em Saúde e Sistemas de Informática e Bedois Consultoria e Corretora de Seguros, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.

O caminho inicial é um possível encontro fictício entre os dois no Jardim Botânico em 1949. Mas, como a própria peça contará, isso não seria viável por questões jurídicas. Então os dois optam por um quase encontro. Ambos estão ali, naquele ano, se veem à distância, se observam. E enquanto fazem isso, os pensamentos que ambos poderiam ter naquele momento, se revelarão. “Eu e o autor Rafael Primot queríamos fazer um projeto juntos como atores, o que acabou não acontecendo. Mas um dia, eu disse a ele que a Clarice já tinha entrevistado o Nelson para a revista “Manchete”, em 1968. Começamos, então, a imaginar como teria sido a conversa antes e depois dessa entrevista. E se eles tivessem se conhecido em outro momento? Veio dessas nossas suposições a ideia de montar o espetáculo, que começa justamente com a conversa entre dois atores querendo montar uma peça”, conta a atriz Carol Cezar.

Nada do que é dito nesse encontro fictício é inventado. O texto é todo costurado por trechos de entrevistas reais que ambos os escritores concederam a diferentes veículos ao longo da vida. Assim, o público terá contato com as visões de mundo e pensamentos verdadeiros dos escritores, com respeito aos seus direitos de imagem e autorais. Como em um quebra-cabeça, percebemos o quanto eles são diferentes em suas obras e na maneira de ver a vida, mas tão iguais em suas dores. “Vemos não só um grande autor e uma grande autora, mas sim duas pessoas com seus medos, suas perdas, seus lutos”, conta o autor Rafael Primot. “É uma peça que fala também sobre a criação artística. Começa com um processo criativo entre um ator e uma atriz e segue com nossos Clarice e Nelson imaginários falando sobre vida e obra”, comenta o ator Marcos França.

“Clarice e Nelson – Um recorte biográfico a partir de entrevistas” visita o período em que os autores ainda estão em busca de seus estilos literários. Um período conturbado de suas vidas, em que Nelson Rodrigues se encontra em crise com a perda de seu irmão e sua doença crônica, e Clarice Lispector se sente aprisionada em um recente casamento e um bebê, sem ter a certeza de que poderia continuar administrando sua vida como mulher, mãe e escritora.

“O processo criativo não se dá a priori. A gente vai entendendo a peça que está montando durante os ensaios. Desde o início, a gente sabia que não queria um trabalho de mimetismo da Clarice e do Nelson, a ideia é que os atores fossem atravessados pelos escritores, pelas palavras deles”, descreve Helena Varvaki. “É como se os atores abrissem um livro com as entrevistas dadas pelos dois e, de maneira natural, embarcassem nas palavras que foram ditas por eles em momentos importantes da vida. O público vai se surpreender com o tanto que desconhece sobre a vida dos escritores, apesar de toda a importância que eles têm para a literatura mundial”, completa Manoel Prazeres.

Sinopse

Um ator e uma atriz se juntam no desafio de criar uma história unindo dois personagens ícones da literatura brasileira: Clarice Lispector e Nelson Rodrigues. Através das entrevistas públicas e reais de ambos, costuradas ao processo de criação do próprio espetáculo, desvelamos os caminhos tortuosos, pessoais e enigmáticos da criação na arte.

Sobre Helena Varvaki

Helena Varvaki é atriz e professora de atuação, formada pela Escola de Teatro P. Katselis, em Atenas, pós-graduada em Arte Filosofia pela PUC Rio e mestre em Teatro pela UNIRIO. Seus trabalhos mais recentes no teatro são: “O princípio de Arquimedes”, de Josep Maria Miró, direção Daniel Dias da Silva (indicada como melhor atriz para o prêmio Botequim Cultural) e “A outra casa de Share White”, dirigida por Manoel Prazeres (indicada como melhor atriz para os prêmios Cesgranrio, Shell, Botequim e Cenym). No audiovisual, trabalhou recentemente no filme “A última chance”, na série “Baile de Máscaras”, e fez participação na série “Sob Pressão”. Em 2022 participa da série “FIM”, dirigida por Andrucha Waddington e Daniela Thomas, e “Todo Dia a Mesma Noite”, com direção de Julia Resende (a serem lançados). Dirigiu diversos espetáculos teatrais, entre eles “Antigone de Sófocles”, “Entre o céu e o inferno”, ao lado de Cristina Pereira, “Diário de um matrimonio”, ao lado de Flávio Rocha, e “Sonhos, amores e bufões”, com Carolina Virguez. Em 2022, lançou o livro “Ator: um artesão de si mesmo”, pela Cândido Editora.

Sobre Manoel Prazeres

Manoel Prazeres é autor e diretor teatral. Está cursando o Mestrado em Teatro na Universidade de Évora, em Portugal. Participou dos projetos Nove encontros teatrais Nós e Eles: encenação da peça “Nós” e conversa com os espectadores, em nove dias seguidos (Lisboa, 2022) e The Hektomeron, no Teatro Nacional Marin Sorescu (Craiova, Romênia, 2021). Dirigiu o curta-metragem “A Love Book”, em fase de distribuição. Participou da encenação da quinta história do oitavo dia do “Decamerão”, de Giovanni Boccaccio, e da peça “C10H14N2”, de Sandra José (Lisboa, 2020). Fez várias direções cênicas de concertos de música barroca do Circuito Música Brasilis. Também participou do experimento em realidade virtual “The Tempest”, a partir da peça de Shakespeare, e das peças “A Outra Casa”, de Sharr White, “O livro Chá das 3 – Investigação, Criação e Memórias”, “A Fruta e a Casca” e “A Arte de Ter Razão”.

Sobre Rafael Primot

Rafael Primot é um multiartista paulista de 37 anos. Ator, diretor e autor/roteirista, no cinema dirigiu longas como “Todo Clichê do Amor”, “Gata Velha Ainda Mia”, “Manual Para Atropelar Cachorro”, entre outros. No teatro tem uma sólida carreira, tendo sido indicado ao Prêmio Shell, Prêmio CesgranRio, APTR e Prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro, por peças como “Inverno da Luz Vermelha” (ator) e “O livro dos monstros guardados”, pela qual recebeu o Prêmio Shell de melhor autor. No cinema, recebeu cerca de 27 prêmios em festivais nacionais e internacionais como ator, diretor e/ou roteirista. Primot vem desenvolvendo uma constante e sólida carreira como realizador, sendo apontado pelo Estado de S. Paulo (Caderno 2/ 2017/ Ubiratan Brasil) como “um criador incansável, um dos artistas mais promissores e atuantes de sua geração” tendo como foco as relações humanas em sua pluralidade.

Sobre Carol Cezar

Carol Cezar é publicitária e atriz. Na TV Globo, participou das novelas “Além do tempo”, “A regra do jogo”, “A Lei do Amor” (2017) e “Malhação – vidas brasileiras” (2018). Fez parte do elenco da peça “A Serpente”, dirigida por Eric Lenate, que foi indicada ao Prêmio Shell na temporada em São Paulo. Em setembro de 2018 a peça reestreou no CCBB-RJ, também com indicação à prêmios. Atuou em diversas peças de teatro: “A Via Crucis do Corpo”, de Clarice Lispector, “O Despertar da Primavera”, de Frank Wedkind, “A hora perigosa” de Clara Meirelles e “Viúva, porém honesta” de Nelson Rodrigues. No cinema participou de curtas-metragens, sendo “Encantação” direção de Bruno Costa e “Berenice” direção de Adriano Espínola, os mais recentes. Seu último trabalho em 2021, foi a peça “Cascavel” de Catrina McHugh que teve como temática a violência contra a mulher. A exibição foi online e on demand.

Sobre Marcos França

Marcos França é cineasta, produtor cultural, ator e dramaturgo. Atualmente, é mestrando em Artes Cênicas na UNIRIO. Começou a carreira no Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, de Aderbal Freire Filho, no qual encenou peças como “O tiro que mudou a História” e “Tiradentes, a Inconfidência no Rio”. Membro do grupo Teatro do Pequeno Gesto, fez parte do elenco de “A serpente”, “Henrique IV”, “Navalha na Carne”, “AntígonaCreonte” e “Casa da Morte”, com direção de Antônio Guedes. Em 98, foi indicado para o Prêmio Mambembe como melhor ator coadjuvante por “Coração Mamulengo”. Em 2004, com Joana Lebreiro, criou o Núcleo Informal de Teatro, e realizou os musicais de sua autoria “Aquarelas do Ary”, “Ai, que saudades do Lago!” e “A noite é uma criança”. Escreveu e atuou no musical “Na rotina dos bares”, com direção de Ana Paula Abreu. Em 2014 encenou a Trilogia Poética. Em 2016, dirigiu o documentário cênico “Estranho Fruto”. Em 2017 escreveu (com Hugo Sukman) e dirigiu “Deixa a dor por minha conta – Um musical sobre a obra de Sidney Miller”. Em 2018, encenou “Com amor, Vinicius”, com direção de Ana Paula Abreu. Em 2019, dirigiu o espetáculo “E se mudássemos de assunto?”, de Renata Mizrahi. Em 2020 fez parte do elenco de “Gabriel só quer ser ele mesmo e dirigiu “Vira vira volta”, infantis de Renata Mizrahi. Também dirigiu o espetáculo online “Só acaba quando termina”. Em 2021, dirigiu o monólogo online “Cartas a uma jovem poeta”.

Ficha técnica

Texto: Rafael Primot e Franz Keppler

Direção: Helena Varvaki e Manoel Prazeres

Elenco: Carol Cezar e Marcos França

Figurino: Letícia Ponzi

Cenário: Letícia Ponzi e George Bravo

Iluminação: Adriana Ortiz

Trilha Sonora: Rodolfo Valente

Fotografia: Ícaro J. Brito

Programação visual: George Lima e Ícaro J. Brito

Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)

Direção de produção: Letícia Napole

Produção Executiva: Júlio Luz

Realização: Carolina Lopes Cesar Produções Artísticas ME

Serviço:

Clarice e Nelson – Um recorte biográfico a partir de entrevistas

Temporada: De 11 de novembro a 11 de dezembro de 2022.

Dias e horários: 5ª a sáb., às 19h30, e dom., às 18h. Não haverá sessão nos dias 24/11 e 02/12. Nas sessões de Dezembro, podemos sofrer alterações em função do Calendário dos Jogos da Copa, em o Brasil participar.

Programação extra: Haverá uma roda de conversa com os atores e diretores (27/11, após o espetáculo). Haverá sessão com intérprete em libras dia 01/12.

Local: CCBB – Teatro III (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro).

Informações: 3808-2020.

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Onde comprar: na bilheteria do CCBB ou no site Eventim: https://ingressos.ccbb.com.br/teatro-clarice-e-nelson-um-recorte-biografico-a-partir-de-entrevistas__408

Capacidade: 72 pessoas

Duração: 55 minutos

Classificação indicativa: 14 anos

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