CARIOCA PUBLICA LIVRO INÉDITO SOBRE LEPIDÓPTEROS
Uma paixão pela natureza, que passou de pai para filho. A infância do biólogo Alexandre Soares, foi pelas matas de Vassouras, Barra do Piraí e Mendes quando o seu Francisco levava seus pássaros para soltar nas florestas, uma consciência ecológica inédita para os anos 70. A profissão ele descobriu mas o bicho foi outro, as borboletas.
– Naqueles passeios os besouros me atraiam pelas cores e tamanhos. Mas ao começar o estágio no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, onde completei 30 anos de pesquisa, a oportunidade foi no setor de ‘Lepidópteros’ – lembra o morador da Rua Dias da Cruz no Méier.
Com 22 títulos publicados entre resumos de congressos, trabalhos científicos e descrições de espécies, Alexandre finalizou seu processo de estudo graças a uma feliz coincidência. Encontrou um fotógrafo inglês e pesquisador amador da mesma espécie que Alexandre estuda: os ‘Sphingidae’, o que gerou uma publicação internacional.
– Junto com o inglês Alan Martin e Jorge Bizarro publicamos o “Guia dos Sphingidae da Serra dos Órgãos, sudeste do Brasil”. E o Alan foi fundamental, pois contribui com fotos, texto e financeiramente. Assim finalizei um processo de estudo de 30 anos.
Atuante na Educação ambiental lembra saudoso de um Méier em que a natureza sobressaia. Hoje, para ele, o bairro virou um amontoado de prédios, “o que proporciona este calor insuportável” e alerta que o fim da área verde promove a extinção de diversas espécies.
– O nome Boca do Mato é sugestivo porque havia uma grande floresta. Até existiam muitas daquelas borboletas azuis, chamadas ‘Morpho’ que não se vê mais. Já temos o exemplo das borboletas do gênero ‘Agrias’ que estão extintas na cidade do Rio de Janeiro. É sabido que estes insetos são importantes semeadores, pois levam pólens. Se há uma queda da polinização, se você não poliniza você freia o processo de reprodução natural da floresta – alerta o Biólogo Alexandre Soares.
Conheça mais o trabalho do Biólogo Alexandre Soares: http://lepidopterofilo.blogspot.com.br/
Por: RICARDO ALBUQUERQUE