Com uma atmosfera densa e introspectiva, a história desenvolve-se em um ambiente de solidão e introspecção, onde a nevasca do Alasca serve como metáfora para os sentimentos de isolamento e desespero dos personagens. Henry, um homem marcado por suas experiências passadas, encontra sua vida virada do avesso com a chegada inesperada de Rosannah, uma noiva fugida que carrega consigo não apenas um vestido branco, mas também suas próprias tormentas emocionais.
A interação entre eles revela camadas de dor e busca por entendimento, enquanto suas conversas os forçam a confrontar não apenas seus medos mais profundos, mas também os segredos que guardam. O cenário minimalista da cabana, cercada por uma paisagem congelada, destaca a urgência de suas revelações e a necessidade de conexão humana em meio ao desespero.
As figuras míticas, representadas pelos bailarinos Alexandre Maïa e Tayson Pio, trazem uma dimensão onírica à narrativa, simbolizando os fantasmas do passado que os dois personagens tentam enterrar. Com movimentos fluidos e expressivos, eles interagem com os protagonistas, criando um elo entre a realidade e a fantasia, instigando ainda mais os conflitos internos de Henry e Rosannah.
À medida que a nevasca avança, a tensão aumenta, e a pressão do confinamento força os personagens a se despirem de suas ilusões e a encararem a verdade que tanto temem. O enredo se desenvolve em um ritmo emocional, culminando em momentos de revelação que podem levar à redenção ou à tragédia.
Através de diálogos carregados de significado e uma coreografia envolvente, a narrativa explora a complexidade das relações humanas, a busca pela liberdade emocional e a luta para encontrar um sentido em meio ao caos. Em última análise, essa história ambientada em um dos lugares mais inóspitos da Terra se torna um poderoso retrato da fragilidade da condição humana e da força do amor, mesmo nas circunstâncias mais adversas.
Quinta a Sábado às 20h00, Domingo às 19h00 – 3 a 6 de Outubro
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