A primeira pessoa a morrer no país por causa do coronavírus foi um homem de 62 anos, em SP. Ele era hipertenso e diabético.
Levantamento da plataforma Cardiômetro, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), revela que mais de 289 mil pessoas morreram de doenças como acidente vascular cerebral (AVC) e a endocardite em consequência de patologias cardiovasculares. Outros dados que chamam atenção quando o assunto é saúde do coração. Números da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam as doenças cardiovasculares como a principal causa de morte no mundo. No estudo mais recente, de 2015, a totalidade de mortes envolvendo essas enfermidades alcançou 17,7 milhões, representando 31% das mortes registradas em âmbito global.
“Algumas doenças são causadas por agentes específicos, como as doenças infecciosas. Neste grupo, podemos citar as pneumonias causadas por bactérias, ou mesmo a dengue, causada por um vírus. Quando falamos de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular encefálico, não é possível apontar um único culpado. Existe, na verdade, uma série de fatores de risco que contribuirão para o aparecimento dessas doenças”, explica a médica cardiologista Dra. Renata Castro, especialista em medicina esportiva
Um alerta para esse grupo de pessoas.
- O novo Coronavírus vem assustando todos nós, mesmo estando tão distantes da China (onde começou) e da Europa. O fluxo frequente de pessoas entre os países e o inverno nos países com maior número de casos acaba facilitando a disseminação rápida desta epidemia. Apesar de mais de 80% das pessoas infectadas pelo Coronavírus apresentarem apenas sintomas leves, como se fosse uma gripe, e recuperarem-se sem a necessidade de intervenção médica, a morte ocorre em 2,3% dos casos. Vale lembrar que a chance de morte e de sintomas graves (muitas vezes com necessidade de tratamento intensivo) aumenta em indivíduos mais velhos. Na China, a mortalidade é de 8% em pacientes infectados com idade entre 70 e 80 anos e sobe para 14,8% naqueles com mais de 80 anos.
- Além disso, pessoas com outras doenças, como doenças do coração, também apresentam maior risco de gravidade. Dos casos relatados de morte por Coronavírus, 6% das pessoas eram hipertensas e 10,5% tinham doenças cardiovasculares. Também é importante frisar que 5,6% tinham câncer, 6% eram diabéticos e 6% tinham doenças pulmonares.
- Mesmo pessoas sem doenças cardíacas podem evoluir com arritmias até mesmo infarto.
- Para se proteger do Coronavírus, as medidas de higiene são essenciais: lavar as mãos adequadamente, cobrir boca e nariz com lenço ou braço ao tossir ou espirrar e evitar aglomerações. Os pacientes com doenças cardíacas precisam de cuidados extras e atenção redobrada para evitar a infecção. As vacinas devem estar em dia e as medicações de uso regular não devem ser suspensas sem orientação médica.
Sobre a Dra. Renata Castro
A Dra. Renata Castro é especialista em clínica médica (RQE 27130), cardiologia (RQE 27131) e medicina esportiva (RQE 28280), com mestrado em cardiologia, doutorado em fisiopatologia clínica e pós-doutorado em cardiologia pela Universidade de Harvard. Professora universitária e pesquisadora em ciências do esporte, já publicou 50 artigos científicos, além de livros e capítulos. É palestrante de diversos eventos científicos nacionais e internacionais.