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A BUSCA, versão bilíngue (Libras e português), espetáculo com máscaras teatrais gratuito do Moitará chega ao Rio de Janeiro

A BUSCA, versão bilíngue (Libras e português), último espetáculo do Grupo Moitará, reconhecido pela pesquisa na linguagem com as máscaras teatrais, chega ao Rio de Janeiro em maio, depois da sua exitosa temporada no Teatro Municipal de Nova Friburgo. Através do texto dramatúrgico e dos estímulos sensoriais, a obra convida o espectador a se conectar com sua natureza íntima e a refletir sobre o que é essencial na vida. A proposta de peça bilíngue propõe o encontro artístico de duas culturas: surda e ouvinte, e se destaca pelo estímulo de novas perspectivas sobre a acessibilidade cultural no fazer artístico, inspirando novas formas de abordar a acessibilidade no teatro.

Depois de 36 anos pesquisando a linguagem da máscara teatral e mais de uma década de trabalho com artistas surdos e ouvintes, A BUSCA chega como uma nova proposta de acessibilidade cultural diferenciada. Através da relação da linguagem da máscara com a Libras, a peça promove a reflexão sobre os arquétipos femininos para além da palavra falada. “Além da valorização da Libras, o espetáculo representa a valorização da pessoa surda, no sentido em que eleva o status da sua língua natural para que o público possa acompanhar a cena simultaneamente”, explica Jhonatas Narciso, ator-intérprete de Libras da peça A BUSCA e também apresentador, intérprete e produtor do Repórter Visual na TV Brasil.

A dimensão da acessibilidade cultural, adquire destaque diante de 5% da população brasileira ser surda, totalizando mais de 10 milhões de cidadãos, dos quais 2,7 milhões têm surdez profunda (conforme o IBGE) e dependem da Libras para se relacionar com o mundo. No estado do Rio de Janeiro, 165 mil pessoas vivenciam essa realidade.

“Podemos dizer que a acessibilidade cultural é ainda uma prática recente no cenário cultural brasileiro, é verdade que muita coisa vem mudando, mas ainda existem muitos desafios. A relevância do espetáculo A BUSCA, versão bilíngue (Libras e português), é contribuir para reforçar e redimensionar a fruição do espetáculo para o público surdo, fomentando o debate sobre a necessidade de se fazer acessibilidades artísticas de qualidade”, afirma Erika Rettl, atriz do espetáculo A BUSCA e diretora artística do Ponto de Cultura Palavras Visíveis para a capacitação de artistas surdos com a máscara teatral.

Serviço – Rio de Janeiro

 

  • Sede do Grupo Teatral Moitará
    Rua Joaquim Silva, 56/3º andar – Lapa, Rio de Janeiro – RJ 
  • Datas:  quinta 16, sexta 17, sábado 18 e domingo 19 de maio 

* Depois das apresentações da quinta 16 e do sábado 18 terá rodas de conversa.

 

  • Horário: 19 horas na quinta, sexta e sábado / 19h30 no domingo 
  • Contribuição consciente: ingressos em troca de 1 kg de alimento não perecível

Além das apresentações, nos dias 16 e 18 de maio (quinta-feira e sábado) acontecerão rodas de conversa sobre acessibilidade cultural de qualidade. A equipe artística, juntamente com o ator surdo Ricardo Boaretto, responsável pela adaptação do texto para Libras e Visual Vernacular, e o intérprete de Libras, Jhonatas Narciso, conduzirão essas conversas. 

 

Este diálogo entre a cultura surda e ouvinte permite que o espetáculo chegue a um público mais amplo através de uma dramaturgia que combina as linguagens gestuais e visuais, Libras e a linguagem da máscara teatral. “A linguagem da máscara teatral, por solicitar aos atores uma comunicação corporal expressiva e de leitura clara, faz com que cada ação e intenção seja plenamente vivenciada e essencializada. Ela nos exercita para além dos códigos linguísticos”, explica Venício Fonseca, diretor do espetáculo A BUSCA. “Todas as pessoas se expressam através do corpo. Em especial, as pessoas surdas. O corpo é a voz, não havendo a necessidade de se apoiar na linguagem oral”, adiciona ele. 

Na sua bagagem de trabalho, o Grupo Moitará vem demonstrando como a linguagem da máscara teatral  tem capacidade de potencializar e ampliar a gramática dos corpos dos atores em cena. A confluência entre as habilidades do surdo de se comunicar através do seu corpo enquanto ser essencialmente visual, e as habilidades desenvolvidas pelo teatro, mais especificamente a linguagem da máscara teatral, que apoia sua comunicação quase que 100% na linguagem não verbal, contribui na construção de um ambiente de troca entre Libras e as linguagens teatrais que enfatizam a comunicação através do corpo, como no caso da máscara. Fazer um teatro orientado tanto a artistas como ao público surdo é mais do que um princípio de acessibilidade, trata-se também de uma bússola de criação pelo que nos aproxima e não pelo que nos diferencia, assim como uma valorização da Libras como uma fonte de criação e transmissão. 


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Redação Rio Notícias

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