Dengue no Rio – Ministério da saúde registra números 8 vezes maiores que em 2014
Por: Ricardo Albuquerque
A notícia é repetitiva, mas muitas pessoas esquecem que a doença continua a nossa volta e especialmente nesta época, é maior a proliferação do Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da Dengue, da chincungunya e agora com uma nova variação da doença, a Zyca. As campanhas educativas dos governos parecem não surtir efeito e os dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio provam: foram registrados 54.268 casos entre janeiro e setembro de 2015, ou seja, mais de oito vezes maior do que no mesmo período em 2014, que registrou 6.378 casos. E o mais alarmante: durante todo o ano passado, foram notificados 7.819 casos suspeitos de dengue. O que fazer então?
– Estou bastante preocupada e acho que deveriam aumentar as campanhas educativas, fazer controle ostensivo nas casas, colocar mais carros com fumacê, multar donos de terrenos ou casas que não são cuidadas – sugere a fisioterapeuta Renata Glesch.
A questão dos terrenos e imóveis abandonados, verdadeiros criadouros dos mosquitos, já é alvo de matérias e discussões há alguns anos, porém há dúvidas quanto ao que as autoridades podem fazer, “pelo que sei existe um decreto para visitas compulsórias em qualquer imóvel abandonado ou vazio e com risco de penalidade ao proprietário” – esclarece o servidor Público, Eduardo de Souza, de 37 anos.
Os dados da Secretaria apontam o maior crescimento de casos no interior do estado onde ocorreram 17 mortes. A explicação seria a variação dos tipos de doença segundo o subsecretário de saúde do estado.
Mosquito tem predileção por criadouros artificiais, ou seja, em ambientes domésticos
Apesar do aumento dos casos a maioria dos entrevistados se mostrou consciente quanto à prevenção e formas de se proteger da doença. O uso do repelente, principalmente nas pernas, “porque o mosquito ataca mais na parte inferior”, como lembra a Psicóloga Maria Alice Ripper, é unanimidade, mas alertar os vizinhos é comum, porém, muitos não aceitam.
– Eu verifico se há água parada na minha casa, alerto sempre minha família, meus amigos e fico em cima dos meus vizinhos para não se descuidarem. Mas acho fundamental que o governo faça mais divulgação de medidas preventivas e educativas – sugere Ingrid Verri de 21 anos, estudante de Biomedicina.
Neste aspecto o Governo do Estado disse que o objetivo da campanha “10 Minutos Contra Dengue” é exatamente para reduzir os impactos causados pela Dengue. A campanha incentiva a população a investir 10 minutos por semana para verificar e eliminar criadouros do Aedes Aegypti nas residências, pois, segundo levantamento, o ambiente doméstico concentra 80% dos focos. Nossa fisioterapeuta entrevistada é testemunha disto, “fiz um atendimento, o dono da casa molhou as plantas e deixou poças no quintal, alertei para retirar a água. Além disso, já vi filtros de barro sem tampas e potes de água dos animais destampados, nas duas situações vi larvas de mosquito” – alerta Renata.
Essa é a maior peculiaridade do mosquito transmissor da Dengue. A espécie tem predileção por criadouros artificiais, ou seja, exatamente os que estão dentro das casas. Mas há quem se preocupe com todos que estão a sua volta, no seu bairro ou sua região. Nossa psicóloga entrevistada conta que alerta vizinhos, liga, denunciando ou mesmo desfazendo possíveis criadouros.
– Na rua o que vejo de errado se estiver ao meu alcance eu procuro resolver ou denuncio. Quanto a propaganda, tem que ser efetiva e baseada na orientação e sempre devemos comentar com a família e amigos, acredito que o olhar observador da gente é o maior amigo para deter estas doenças contagiosas – ensina Maria Alice Ripper, 51 anos.
Atualizada em: 24/06/2019
O Ministério da saúde acaba de comunicar que 596.380 casos de dengue já foram confirmados até o dia 10 de junho deste ano.
O número de casos ainda não confirmados, já chega a 1,127 milhão.
No mesmo período do ano passado foram registrados 173,63 mil casos prováveis.
Número de pessoas mortas em decorrência da dengue foi de 366.
No mesmo período de 2018, o número de óbitos foi 199 (quase a metade). A maior parcela dos óbitos se encontra na faixa etária acima de 60 anos (51,3 %).
A explosão dos casos deve-se, principalmente, aos estados de Minas Gerais e São Paulo que, no período 13 até a 23, corresponderam, juntos, a 96,5% do total de casos registrados no Brasil (774,28 mil).