Marcelo Tas entrevista o médico do sono Caio Bonadio no Provoca
O psiquiatra fala sobre insônia, que atinge mais de 70 milhões de pessoas no Brasil, nesta terça (14/3), na TV Cultura
Nesta terça-feira (14/3), Marcelo Tas entrevista o psiquiatra e médico do Sono Caio Bonadio. No bate-papo, eles falam sobre sono, sonho, a falta de médicos especialistas no assunto, como a pandemia afetou o dormir, a importância de rever as questões regulatórias das drogas, e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.
Tas pergunta na edição se Bonadio acha que faltam médicos que falem sobre sono. “A gente tem um pouco mais de mil médicos no Brasil com essa especialidade. É muito pouco em um universo de 70 milhões de pessoas com insônia, isso é uma estimativa da Associação Brasileira do Sono, e um terço da população com apneia (…) o sono tem que ser mais democratizado, estar mais na graduação, só que isso é um processo”, explica o psiquiatra.
Ele comenta em outro momento do programa que os adolescentes foram os que mais sofreram durante a pandemia. “É uma fase que você já é mais noturno e aí fica em casa, isolado, sem aula, sem atividades, sem contato (…) e o relógio biológico precisa dessas pistas ambientais para ficar bem sincronizado”, diz Caio.
O psiquiatra esclarece ainda sobre o que são as drogas de prescrição e a importância de rever as questões regulatórias. “A dependência de drogas de prescrição não é um problema novo (…) é preciso rever questões regulatórias. Por exemplo, por que o Zolpidem até hoje não tem um controle maior de receita como os benzodiazepínicos? (…) Tarja preta é uma questão regulatória, são substâncias que tem potencial de abuso e dependência e o Zolpidem também tem esse potencial”, afirma Bonadio.
Sobre Caio Bonadio
Formado pela Faculdade de Medicina do ABC, Bonadio depois de se formar, serviu à Marinha do Brasil como tenente-médico. Ingressou na residência de Psiquiatria da Santa Casa de São Paulo e logo após fez outra residência, Medicina do Sono, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
A partir daí, percebeu que tratar insônia é muito mais complexo do que parece e descobriu que bilhões de pessoas no mundo tem apneia do sono e sequer têm conhecimento deste diagnóstico. Ficou mais um ano na USP e se especializou em distúrbios respiratórios do sono no Instituto do Coração. Fez MBA em Gestão de Saúde no Insper e trabalhou nos principais serviços de saúde mental de São Paulo. Atualmente, dedica-se ao seu consultório particular e é empreendedor na área de educação médica.