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Danilo Caymmi em Andança 50 anos no Teatro Rival 28/04

TEATO RIVAL PETROBRAS APRESENTA

Danilo Caymmi em Andança 50 anos

O show especial acontece no dia 28 de abril, sábado, às 19h30

Andança – composição de Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós – foi lançada no Festival Internacional da Canção de 1968 e se tornou um sucesso imediato na voz de Beth Carvalho. Conquistou o 3º lugar no festival, ficando atrás de Pra não dizer que não falei de flores (Caminhando), de Geraldo Vandré, e da campeã Sabiá, de Tom Jobim e Chico Buarque. Esse resultado provocou uma das maiores vaias já vistas no Maracanãzinho, palco da finalíssima, pois o público em sua maioria preferia que a canção-manifesto de Vandré vencesse o festival.

Esse era o clima do ano de 1968 no Brasil, que no livro do jornalista Zuenir Ventura é chamado de “o ano que não terminou”. O país já estava em seu quarto ano de golpe militar, mas a mobilização de estudantes e da classe artística, em geral, contra o regime ainda era possível, e a famosa Passeata dos Cem Mil, com artistas e estudantes nas ruas sem uma repressão forte do governo, poderia indicar que o regime militar estava perdendo força. Mas em dezembro de 1968, com a instauração do AI-5, um golpe dentro do golpe iniciou o maior período de repressão da história brasileira.

 

“O conteúdo moral

é a melhor herança

que a geração de

1968 pode deixar

para um país cada

vez mais

governado pela

falta de memória e

pela ausência de

ética”.

-Zuenir Ventura em “1968,

o ano que não terminou”

 

No show Andança 50 Anos, Danilo Caymmi, artista com 50 anos de carreira e 17 discos lançados, relembra musicalmente essa época, marcada pela importância dos festivais da canção no lançamento de novos compositores e cantores. Dos primeiros festivais, Danilo vai lembrar a participação de seus irmãos. No Festival Internacional da Canção (FIC) de 1966, a vencedora foi Saveiros, do seu irmão Dori Caymmi, com letra de Nelson Motta, e interpretada por sua irmã, Nana Caymmi. No festival da TV Record de 1967, foram

apresentadas O cantador (Dori Caymmi e Nelson Motta) e Bom dia (Nana Caymmi e Gilberto Gil) e outros clássicos da MPB como Ponteio (Edu Lobo e Capinam) e Eu e a brisa (Johnny Alf).

Nessa mesma época, Danilo fundou o movimento Música Nossa ao lado de grandes nomes como Antônio Adolfo, Joyce e Roberto Menescal. Boa parte das canções compostas por esse grupo foi definida como “toada moderna”, uma tendência na época “que procurava juntar influências harmônicas da bossa nova a estruturas tradicionais da música brasileira, no caso a toada”, como explica o pesquisador Zuza Homem de Mello.

 

Andança é uma toada moderna, assim como Sá Marina (Antônio Adolfo / Tibério Gaspar) e Viola enluarada (Marcos e Paulo Sérgio Valle), duas canções que serão lembradas nesse show.

Sobre Viola enluarada vale lembrar o show que Danilo Caymmi dividiu com Marcos Valle e Milton Nascimento logo após o festival de 1968 e foi um grande sucesso reunindo canções que nasciam já clássicos, com grande apelo popular. Daquele show, Danilo vai cantar duas composições de Milton Nascimento: Travessia, de Milton e Fernando Brant), segunda colocada no II FIC em 67, e Vera Cruz, de Milton e Márcio Borges, que foi desclassificada na eliminatória

mineira no mesmo festival de Andança.

O repertório do show Andança 50 Anos vai ganhando densidade política na parte final do show, assim como foi o ano de 1968. Na parte final do espetáculo, serão apresentadas as canções mais politizadas, como a já referida Pra não dizer que não falei das flores e Divino maravilhoso, canção de Caetano Veloso e Gilberto Gil, interpretada por Gal Costa no Festival da Record de 1968, com versos fortes que ainda hoje devem ser cantados: “Atenção, tudo é perigoso, tudo é divino maravilhoso (…) É preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte”.

E o espetáculo termina como todos os shows de Danilo: com o coro em uníssono do público em Andança no contracanto do refrão, cantando “Me leva amor, amor, por onde for quero ser seu par”. Aos 50 anos, Andança e o ano de 1968 ainda estão vivos e serão cantados por Danilo Caymmi nesse show que retrata um dos momentos mais importantes da música brasileira e da história recente do país.

REPERTÓRIO

 

Andança (Danilo Caymmi/Edmundo Souto/Paulinho Tapajós)

Sabiá (Tom Jobim/Chico Buarque)

Pra não dizer que não falei das flores (Caminhando) (Geraldo Vandré)

Travessia (Milton Nascimento/Fernando Brant)

Viola Enluarada (Marcos e Paulo Sérgio Valle)

Casaco Marrom (Danilo Caymmi/Renato Corrêa/Guarabira)

Ponteio (Edu Lobo/Capinam)

Saveiros (Dori Caymmi/Nelson Motta)

O Cantador (Dori Caymmi/Nelson Motta)

Vera Cruz (Milton Nascimento/Marcio Borges)

Sá Marina (Antônio Adolfo/Tibério Gaspar)

Eu e a Brisa (Johnny Alf)

Bom dia (Nana Caymmi/Gilberto Gil)

Divino Maravilhoso (Caetano Veloso/Gilberto Gil)

Serviço: Danilo Caymmi – dia 28/04 (sábado), às 19h30.

Teatro Rival Petrobras – Rua Álvaro Alvim, 33/37 – Centro/Cinelândia – Rio de Janeiro. Informações: (21) 2240-9796. Capacidade: 400 pessoas. Data: 28 de abril (sábado, horário: 19h30. Abertura da casa: 18h. Censura: 18 anos. www.rivalpetrobras.com.br. Metrô/VLT: Estação Cinelândia

Ingressos: Setor A : 144 assentos.
R$ 70 (Inteira)
R$ 35(Estudante/Idoso/Professor da Rede Municipal/Funcionário Petrobras)
Setor B: 144 assentos.
R$ 60 (Inteira)
R$ 30(Estudante/Idoso/Professor da Rede Municipal/Funcionário Petrobras)

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Redação Rio Notícias

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